terça-feira, 22 de março de 2016

CONFLITOS: ENCONTROS OU DESENCONTROS DE CULTURAS?

Guerra
Desentendimento.
Falta de harmonia.
Pensa-se em palavras como essas quando o assunto é conflito.
E foram essas palavras e suas ações e conseqüências que vieram nos alforjes dos viajantes europeus na chegada ao solo brasileiro, em 1500.
Amistosa – com pentes e espelho?
Longe disso, o choque cultural, aliado a falta de comunicação verbal e não verbal causaram desencontros desastrosos aos povos indígenas, que sendo o lado mais fraco sucumbiram – quase que na totalidade ante os canhões, mosquetões e doenças endêmicas trazidas nas caravelas aportadas em solo tupiniquim.
Contudo, um povo resistente e adaptado à selva descobriu na cultura européia de não se alimentar dos iguais, como aliada da própria sobrevivência, pois, se para os europeus a carne humana não fazia parte do cardápio, para os índios foi uma forma de agregar a necessidade de alimento ao terror psicológico causado aos capturados e invasores de pele clara.
Dentre os episódios celebres de represália ficou registrado o Donatário da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, devorado pelos Tupiniquins, em 1547.
Com isso, Incursões a centros portugueses por índios – como os Aymores – reduziram – num primeiro momento, a flagelo os colonizadores, durante o século XVI, mas sem conseguir aniquilá-los.
Resultado?
Aqui estamos nós.

Por Adilson Valério / Ana Luiza

quinta-feira, 10 de março de 2016

INTRODUÇÃO - TUPINIQUINS


Entende-se que, desde cedo, o índio é apresentado as crianças como o morador primeiro das terras do Brasil. Ao longo dos anos, tal personagem é aprofundado em aulas de história e geografia e ganha certa importância. Assim sendo, é sabido que o Brasil é resultado da miscigenação entre os povos brancos (europeus, em sua maioria), indígenas e negros (principalmente provenientes do solo Africano), porém o interesse maior e mais estudado é sobre o homem branco, deixando assim, indígenas e negros como figurantes de suas próprias histórias. Deve-se ter consciência de que a identidade é fruto de uma construção social e de que devemos respeitar a pluralidade dos povos que construíram o Brasil.
              Os tupiniquins, também chamados tupinaquins, topinaquins e tupinanquins, são um dos 320 grupos indígenas brasileiros pertencentes a nação tupi. Por volta do século XVI, tais aborígenes habitavam uma região entre Camamu, na Bahia, e o rio São Matheus, também conhecido por Rio Cricaré, no Espírito Santo. 
              Ao chegar ao Brasil, em 1500, Pedro Álvares Cabral e a esquadra portuguesa se depararam com esse grupo. Passado cerca de meio século, os jesuítas formaram aldeamentos e um deles foi a Aldeia de Piraque-Açu, onde começaram a ser catequizados e foram acometidos por doenças bem como a varíola, e tiveram suas plantações destruídas por pragas como as formigas. Os tupiniquins também tiveram participação na colonização portuguesa da região da atual cidade de Santos, Bertioga e fundação da cidade de São Paulo.
              Devido a decadência gerada pelo episódio das pragas, os nativos se locomoveram para o aldeamento dos Reis Magos, local que passou a concentrar tanto índios, como jesuítas, que, futuramente, deu origem a Vila de Nova Almeida e depois Vila de Santa Cruz. Em 1610, o padre João Martins conseguiu para os índios uma sesmaria, que só foi mensurada em 1760 cujo por meio do Termo de Concreto e Composição, os índios estabeleceram os limites dos domínios que mantinham posse transformada em demarcação amigável.
               Após a criação  do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) em 1910, a região norte do espírito Santo transformou-se em um dos seus polos de atuação. O inspetor do SPI chegou a conhecer vários agrupamentos indígenas de origem tupi, localizados no baixo Rio Doce, dos quais alguns desses índios eram tupiniquins.
                Ao longo dos anos, principalmente devido a civilização, esse grupo foi perdendo suas características a ponto de ser considerado um povo extinto. Outra curiosidade é que o termo "tupiniquim", no português coloquial, costuma ser usado como sinônimo de "brasileiro". A partir dos anos 40, passou a se tornar comum que grandes empresas desmatassem com o intuito de produzir carvão vegetal ou plantações de eucalipto, contribuindo para o desabrigo de aborígenes, haja vista a terra que passou a ser utilizada, ser de propriedade dos tupiniquins que, curiosamente, trabalhavam para essas empresas.
            Na atualidade, os tupiniquins habitam terras indígenas no município de Aracruz, ao norte do Espírito Santo e na cidade de Santa Cruz e a Vila do Riacho.