sexta-feira, 15 de abril de 2016

A RELIGIÃO E A MEDICINA DOS ÍNDIOS

          A religião das tribos era voltada a personificação de seres da natureza, chamadas de animistas, pois:

“os deuses personificavam elementos da natureza. Coaraci era o sol; Jaci, a lua, Iara, a deusa das águas; Curupira, o protetor da caça.[...] supersticiosos, deixavam nas trilhas presentes para o Curupira, para que ficasse satisfeito e não os surrasse ou matasse: penas de aves, abanadores, flechas, entregues como oferenda.” (Guaracy,2015,p. 51-52).
           
Já a medicina indígena era desenvolvida e aplicada por curandeiros. Nas aldeias existiam entre dois ou três pajés, considerados conselheiros, líderes espirituais e médicos. Para a sociedade tribal, eles eram dotados de poderes de cura, e dentre vários rituais, destacava-se o de tratar o doente chupando as partes doloridas, em que acreditava que traria para si a enfermidade, o mal existente no outro.
Também, segundo Thales, há relatos que as mulheres introduziam fios de algodão pela boca do enfermo e puxavam, ao acreditar que o mal, interno a ele, viria pelo o fio.
Contudo, apesar da importância e poder que detinham na aldeia, os pajés não tinham vida tranquila, pois, se por enfermidade ou sem explicação levasse a óbito alguém importante da aldeia, a eles eram atribuídas responsabilidades. Assim, em ritual, ferviam partes do morto e ofereciam aos pajés, aquele que adoecesse primeiro era considerado culpado. Tendo como castigo a execução a “golpe de borduna.[1]”
Ainda, dentre os curandeiros, existia os que estavam acima dos pajés – chamados de “Caraíbas” (do Tupi Kará ib, “sábio”, “inteligente”) (idem, p. 53). Eles, vistos como videntes ou profetas, se consideravam sem país, e dessa forma, transitavam com desenvoltura entre todas as tribos. Viviam isolados na mata e quando chegavam a uma das tribos eram recebidos com festa.



Por Adilson Valério




[1] Orlando e CláudioVillas-Boas, A marcha para o oeste – a epopeia da expedição Roncador-Xingu.

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